E fez-se a luz

Dia 31/01, estava eu em Marliéria, sentindo frio em pelna tarde de janeiro e tentando acessar o SISU (Sistema De Seleção Unificada - Enem) que não entrava nem fazendo força(!). Naquela raiva incrível e quase inexplicavel me pula uma janela no MSN.

Aline diz:
Luuh vc passoooou
Luh diz:
ahn?
Aline diz:
é, vc passou e eu não.

E então, no meio do meu susto obvio, Aline fica offline.
Vou eu procurar onde diabos tinha passado ( nisso o SISU entrou e eu consegui fazer minha inscrição com sucesso). Site da UFV fora do ar, eu clicando no F5 como se minha vida dependesse disso, desesperada. Entra uma pagina, a outra cai (ódio mortal de servidores públicos no geral).

O que me restava era perguntar ao Geleia, como quem não quer nada, se ele tinha visto o resultado. Geleia viu, com muito custo, e me disse: Você passou vei, 17º lugar! Eu: :O
Mas não acreditei, continuei mais uns 40 min no F5, até conseguir ver meu nomezinho la na lista. Aí sim, passei.

Pra vir fazer matrícula, arrastei meu namorado de Braúnas até Ipatinga pra acordar as 4 da madrugada e viajar. Bacana, um nascer do sol sem noção de tão bonito no caminho, sobe sobe sobe, vira vira vira, desce desce desce, depois sobe nove vezes mais e chegamos.

Peripécia 1: A CONTA
Matrícula feita, tinha uns stands de bancos no centro de vivência já para abrir contas universitárias. Pensei: Vou abrir a minha. Mas não tinha comprovante de residência de Ipatinga, só tinha levado os documentos da matrícula. Daí, fomos conhecer a casa das amigas do Luhan, onde eu ficaria. Alto de uma boa ladeira, vire a direita e pare no prédio cinza. Segundo andar. E apesar das expectativas, as meninas são ótimas, o apartamento é novíssimo e o quarto é grande. Gosei, resolvi ficar com elas mesmo(sem saber que ia estudar à noite).

Peguei um comprovante de endereço, voltei na UFV pra fazer a benedicta conta universitária, mas a conta de luz do AP não valia, proque não estava em nome de nenhum familiar meu e não havia uma declaração do proprietário dizendo que eu residia mesmo naquele local. Ótimo, pensei, abro a conta em Ipatinga, não faz mal.

Em Ipatinga, comecei uma maratona no estilo Grey's Anatomy. Tudo o quanto há de especialidades médicas eu visitei, fiz todos os exames possíveis e fui ao Bradesco com toda a documentação imaginável em mãos. Sentei na fila, esperei umas duas horas, mais ou menos, como de costume em bancos. Legal, a atenente quase finalizando a abertura da conta, me diz: esse comprovante (de matrícula) que você trouxe não vale, porque ele é de pré-matrícula.
Apelei, resolvi deixar isso pra se resolvido em Viçosa mesmo.

Peripécia 2: O Churrasco
Depois de uma semana limpando, separando, embalando e etiquetando tudo o que tenho e de ter todas as crises alérgicas a que tenho direito, me mudei no dia 27/02, sábado. Tendo descoberto, coisa de dois dias antes, que meu curso era noturno.
No ábado passei dia inteiro desempacotando, limpando e organizando tudo. No domingo meus pais foram embora, e à tarde saí com as meninas da casa. Maior furada. Churrasco no Bom Jesus, atras da cadeia. O lugar em si ja tinha clima de presídio mesmo. Festa no alpendre dum apartamento, pequeno, no máximo dez pessoas e som alto em nível de vale folia. #furadamesmo

...
Primeira semana: Segunda-feira, 01/03, Primeiro dia de aula. Só então percebi o quanto moro longe da UFV. ônibus pra lá, de hora em hora e sempre lotado. Logo depois das exposições, calourada na casa dos veteranos gente fina, e eu não podia ir porque moro longe e não daria pra voltar depois(O que se repetiu durante toda a semana). Depois de cinco dias e R$53,00 em xerox, na sexta não tivemos o último horário, fomos ao Capelão e comecei a me enturmar.

A segunda semana foi razoavelmente mais agitada, eu procurando república mais perto pra morar, me enturmando, conhecendo o pessoal e descobrindo a UFV, altas pérolas durante as aulas, todas elas. Desde a professora de ciências políticas que disse que eu não sei dferenciar o PT do DEM até Aristóteles e a chuva ácida. Moral da história: na Terça encontrei minha futura-nova-casa, no Clélia Bernardes. Na quinta o Luhan veio me visitar (finalmente, porque ja começava a mostrar sinais de c...) e na sexta nasce meu diário.

Vera Muniz, explicando sobre os filósofos da idade antiga Sócrates, Platão e Aristóteles.
Enquanto explica que Aristóteles foi o primeiro filósofo a defender que alma e corpo não são duas entidaddes distintas e ter sido o precursor da ciência, (buscando explicações, por exemplo, para a chuva) O mesmo coleguinha que tem a dignidade de dizer Pratão duas vezes em perguntas sem o mínimo nexo com o assunto, solta a seguinte linda e memorável pérola: FOI ELE ENTÃO QUE EXPLICOU A CHUVA ÁCIDA?

Então, chego em casa sexta á noite, depois de ter ouvido isso e tem festinha no apê, muita gente trêbada e sertanejo. Logo, não dissertarei sobre isso. Sábado idem, sendo a única coisa boa do fim de semana o fato de o Luhan ter estado aqui. Domingo, descobri que o dinheiro que tenho é suficiente pra pagar o aluguel do outro apartamento e só, não me sobra mais nada. Nem mesmo pra comprar um caderno pequeno, por isso o Blog e não um diário.

Terceira semana (a atual):
Nada de muito grande... Fora os meus sentimentos pelo curso e pelas disciplinas que variam de admiração e amor pra ódio e irritação. Começo a perceber que o indivíduo não existe e que a sociedade é uma força maior do que qualquer mortal pode imaginar.
Tenho comido mal, preciso parar com isso... Ficar doente aqui não vai ser boa coisa. Agora, específicamente, estou atrasada para a aula de Antropologia.

E é isso, entre estranhamentos e mais estranhamentos, moro agora numa cidade onde o dia começa ensolarado, depois o tempo fexa e chove muito, abre de novo e faz calor, fexa outra vez e chove mais, (...) e faz frio à noite. Não tem pó preto no ar e não é uma bolha de calor. Será que sobrevivo?

Não perca o próximo capítulo, nessa mesma URL, talvez não no mesmo horário!